A alimentação é um dos pilares fundamentais para a manutenção da saúde e do bem-estar. Quando se trata de escolher o que colocar no prato, uma regra de ouro se destaca: prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. Mas por que essa orientação é tão importante?
Vamos explorar os motivos com base no Guia Alimentar para a População Brasileira.
Alimentos processados são aqueles que passaram por modificações industriais, geralmente com a adição de sal, açúcar, ou outros ingredientes, para torná-los mais duráveis e palatáveis. Exemplos incluem vegetais em conserva, pães feitos com farinha de trigo, e frutas em calda. Esses alimentos, embora mantenham algumas características do alimento original, sofrem alterações que podem impactar negativamente sua composição nutricional.
Alimentos ultraprocessados, por outro lado, são formulações industriais que contêm ingredientes pouco familiares e não utilizados em preparações caseiras, como aromatizantes, emulsificantes e espessantes. Exemplos incluem salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo e biscoitos recheados. Esses alimentos são altamente manipulados e projetados para serem extremamente saborosos e convenientes, mas apresentam sérios riscos à saúde.
Os alimentos processados, apesar de serem menos prejudiciais que os ultraprocessados, ainda apresentam um aumento significativo de sal e açúcar, o que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas, obesidade e outras condições crônicas. Por exemplo, pães processados contêm muito mais sal do que pães caseiros, e frutas em calda têm um alto teor de açúcar.
Alimentos ultraprocessados são ainda mais problemáticos. Eles frequentemente possuem altas quantidades de gorduras não saudáveis, açúcares e sódio, enquanto são pobres em fibras, vitaminas e minerais essenciais. A ausência desses nutrientes essenciais e a presença excessiva de aditivos tornam esses alimentos nutricionalmente desbalanceados e prejudiciais à saúde.
O consumo de alimentos ultraprocessados também está associado ao hábito de comer sem atenção. Esses alimentos são frequentemente consumidos rapidamente e em qualquer lugar, como enquanto se assiste TV ou se trabalha no computador. Esse padrão de consumo dificulta que o organismo registre a quantidade e a qualidade do que está sendo ingerido, promovendo o consumo excessivo e não intencional de calorias.
O consumo excessivo de alimentos processados e ultraprocessados está diretamente ligado a uma série de problemas de saúde. Entre eles, destacam-se a obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, a alta ingestão de açúcares e gorduras pode contribuir para o desenvolvimento de inflamações crônicas e aumentar o risco de câncer.
A recomendação do Guia Alimentar para a População Brasileira é clara: para uma alimentação saudável, prefira alimentos in natura ou minimamente processados. Esses alimentos são naturalmente ricos em nutrientes e promovem a saúde de maneira abrangente. Exemplos incluem frutas, verduras, legumes, grãos integrais, carnes magras e ovos.
Preparar refeições com esses alimentos em casa permite controlar melhor os ingredientes e as porções, além de favorecer o desenvolvimento de hábitos alimentares mais conscientes e saudáveis. Incorporar esses alimentos na dieta diária contribui para um balanço nutricional adequado, ajuda a manter um peso saudável e reduz o risco de doenças crônicas.
Limitar o consumo de alimentos processados e evitar os ultraprocessados é fundamental para a manutenção de uma dieta equilibrada e saudável. Optar por alimentos in natura ou minimamente processados e preparar refeições em casa são passos essenciais para promover a saúde e o bem-estar. Lembre-se da regra de ouro: escolha sempre os alimentos que vêm diretamente da natureza e evite aqueles que passaram por processos industriais extensivos.
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Nutricionista Fernanda Guedes
CRN-3 74281
@nutrinandaguedes
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