Quando falamos de saúde, os alimentos ultraprocessados sempre aparecem como vilões – e não é à toa. Estudos recentes mostram que cerca de 10% das mortes prematuras no Brasil estão associadas ao consumo desses produtos. Isso nos traz um alerta importante: precisamos repensar nossas escolhas alimentares e priorizar opções mais naturais.
Os ultraprocessados são alimentos produzidos industrialmente com ingredientes como açúcar, gordura, sal, conservantes e aditivos químicos. Exemplos comuns incluem biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes, embutidos e refeições congeladas. Apesar da praticidade, eles oferecem pouco valor nutricional e são ricos em calorias, gorduras saturadas, sódio e açúcares. Para completar, quase não possuem fibras, vitaminas ou minerais.
Estudos têm mostrado que o consumo frequente de ultraprocessados está diretamente relacionado ao aumento do risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. Essas condições, infelizmente, são responsáveis por grande parte das mortes no Brasil.
Além disso, um dado impactante publicado no American Journal of Preventive Medicine revelou que o consumo excessivo desses alimentos contribui para 10% das mortes prematuras em pessoas entre 30 e 69 anos no país. É um número que não podemos ignorar.
Sabemos que a rotina pode ser corrida, mas pequenas mudanças no dia a dia já fazem uma grande diferença. Algumas dicas que sempre compartilho:
Priorize alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras e carnes frescas.
Evite refrigerantes e opte por água ou sucos naturais.
Planeje suas refeições e, quando possível, prepare sua comida em casa.
Substitua snacks ultraprocessados, como biscoitos e salgadinhos, por frutas, castanhas ou iogurtes naturais.
Além das escolhas individuais, é essencial promover a educação nutricional e fortalecer políticas públicas que incentivem hábitos alimentares saudáveis. O Guia Alimentar para a População Brasileira é uma excelente ferramenta que nos ajuda a entender os benefícios dos alimentos naturais e os riscos dos ultraprocessados.
Como nutricionista, sempre reforço que mudanças consistentes começam com passos simples. Comer mais comida de verdade, colorir o prato com ingredientes frescos e priorizar refeições caseiras são hábitos que beneficiam não só a saúde individual, mas também a de toda a família.
Repensar nossas escolhas alimentares é essencial para construir uma relação mais saudável com a comida. Menos ultraprocessados, mais saúde, energia e qualidade de vida!
Nutricionista Fernanda Guedes
CRN-3 74281
@nutrinandaguedes
MONTEIRO, C. A. et al. The impact of ultra-processed foods on human health and mortality. American Journal of Preventive Medicine, 2023.
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