O que é Anorexia Nervosa?


A Anorexia Nervosa (AN) é um transtorno alimentar sério que envolve uma relação disfuncional com a comida, o corpo e a autoimagem. Muitas vezes associada à busca intensa por magreza, a anorexia vai além da vontade de emagrecer: trata-se de um quadro psicológico e nutricional complexo que pode comprometer profundamente a saúde física e emocional da pessoa.

Embora possa ocorrer em diferentes fases da vida, é mais comum surgir na adolescência, especialmente em mulheres. Ainda assim, é importante lembrar que qualquer pessoa, independentemente da idade ou gênero, pode desenvolver anorexia.

Quais são os principais sinais da anorexia?

Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), os critérios para diagnóstico da anorexia incluem:

Além disso, muitas vezes há comportamentos compensatórios, como jejum prolongado, prática excessiva de exercícios físicos e, em alguns casos, uso de laxantes, diuréticos ou indução ao vômito.

Existem subtipos de anorexia?

Sim. A anorexia nervosa pode se manifestar de diferentes formas:

Vale destacar que é comum haver alternância entre os subtipos ao longo do tempo, e isso deve ser considerado na abordagem clínica.

Impactos da anorexia na saúde

A anorexia nervosa pode afetar o corpo de diversas formas, como:

Essas consequências reforçam a importância de buscar ajuda o quanto antes. A recuperação é possível, mas exige acompanhamento profissional contínuo e cuidadoso.

O tratamento é possível?

Sim. O tratamento da anorexia envolve uma abordagem multidisciplinar, com o trabalho conjunto de nutricionistas, psicólogos, médicos psiquiatras e outros profissionais de saúde. A escuta acolhedora, o fortalecimento da autoestima e a reconstrução da relação com o corpo e a comida são pilares desse cuidado.

Na nutrição, nosso papel não é apenas prescrever alimentos, mas ajudar a ressignificar a alimentação com empatia, segurança e acolhimento, respeitando os tempos e as limitações de cada pessoa.


Se você ou alguém próximo está enfrentando dificuldades com a alimentação ou o corpo, saiba que não está sozinho. Falar sobre isso já é um passo importante para o cuidado e para a cura.


Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
FINGER, I. R.; OLIVEIRA, M. S. A prática da terapia cognitivo-comportamental nos transtornos alimentares e obesidade. Porto Alegre: Sinopsys, 2016.
ALVARENGA, M. et al. Nutrição comportamental. 2. ed. São Paulo: Manole, 2018.